segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Resenha: A Menina Submersa – Memórias





Título: A Menina Submersa - Memórias
Autor: Caitlín R. Kiernan
Editora: DarkSide Books 
Idioma: Português (Idioma Original: Inglês) 
Gênero: Fantasia, Ficção Científica
Crítico: Hanna Oliveira
Crítico: Hanna Oliveira





“Não há razão para ficar fora de casa à noite, sob o céu noturno, se eu não puder ver as estrelas.” 

Fiquei ensaiando esta resenha por um tempo, A Menina Submersa – Memórias, da Caitlín R. Kiernan foi um livro difícil de lidar. Não é tradicional, e não tem eventos de forma linear. A narradora confunde. Mente. Desmente. E você parece sentir a esquizofrenia da história.

Sinopse
A Menina Submersa – Memórias é um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitadas por sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental. Um romance repleto de camadas, mitos e mistério, beleza e horror, em um fluxo de arquétipos que desafiam a primazia do “real” sobre o “verdadeiro” e resultam em uma das mais poderosas fantasias dark dos últimos anos. Considerado uma obra-prima do terror da nova geração o romance é repleto de elementos de realismo mágico e foi indicada a mais de cinco prêmios de literatura fantástica, e vencedor do importante Bram Stoker Awards 2013. A autora se aproxima de grandes nomes como Edgar Allan Poe e HP Lovecraft, que enxergaram o terror em um universo simples e trivial – na rua ao lado ou nas plácidas águas escuras do rio que passa, e sabem que o medo real nos habita. O romance evoca também as obras de Lewis Carrol, Emily Dickinson e a Ofélia, de Hamlet, clássica peça de Shakespeare, além de referências diretas a artistas mulheres que deram um fim trágico à sua existência, como a escritora Virginia Woolf.

Após essa sinopse, literalmente perturbadora, resolvi que deveria conhecer o livro. E descobri que há um livro dentro do livro, e que com ele conhecemos a mente da narradora esquizofrênica India Morgan Phelps, ou apenas Imp, que logo de início nos apresenta o que pretende fazer com o livro.

“‘Vou escrever uma história de fantasmas agora’, ela datilografou.
‘Uma história de fantasmas com uma sereia e um lobo’, datilografou mais uma vez.
Eu também datilografei.”

Mas se você achou que isso estava tudo bem, que era uma simples história de terror, se enganou.

Imp questiona principalmente, a loucura da mãe e a avó, que encontraram uma saída através do suicídio. E depois de ser diagnosticada também esquizofrênica, tenta lidar com isso escrevendo um livro sobre sua vida. 

Mas ela não é totalmente confiável. Em vários momentos desconfiei do que ela narrava, me perdia entre os pensamentos dela, o livro que escrevia e a realidade em que vivia, precisei reler diversas páginas. Ela conversa consigo mesma e confirma a falta de memória e ordem cronológica dos fatos, o que me deixa ainda mais desconfiada ao longo da trama.

"- Por que você está anotando essas coisas? 
- Você poderia querer se lembrar, um dia – respondeu ela. – Quando alguma coisa deixa uma forte impressão em nós, deveríamos fazer o nosso melhor para não esquecer. Por isso, anotar é uma boa ideia."

O livro nos leva à diversos mitos, fantasmas e criaturas, além de apresentar o seu amor por outra mulher. A parceira de Imp, Abalyn se mostra compreensiva, aceita todas as suas loucuras e tenta ajudar o quanto pode. O relacionamento delas trouxe uma sensibilidade à história que até então só deixava qualquer um tenso através dos capítulos.

Imp vagueia por diversas obras, e a mais marcante, na qual ela possui uma fixação, é A Menina Submersa, de Phillip  George  Saltonstall. A obra é tão bem descrita, que confesso ter recorrido ao Google para descobrir se tudo aquilo era real.

A história é densa e diferente. É preciso lê-la devagar, digerir todos os fatos e quase-fatos antes de acreditar em algo, a autora nos apresenta uma história de fantasmas diferente, não como são vistos em filmes de terror, mas através das memórias, onde lembranças podem assombrar, onde os fatos são os verdadeiros fantasmas.

“O que mais tememos não é o conhecido. O conhecido, por mais horrível ou prejudicial à existência, é algo que podemos compreender. Sempre podemos reagir ao conhecido. Podemos traçar planos contra ele. Podemos aprender suas fraquezas e derrotá-lo. Podemos nos recuperar de seus ataques. Uma coisa tão simples quanto uma bala poderia ser suficiente. Mas o desconhecido desliza através de nossos dedos, tão insubstancial quanto o nevoeiro.”

A Menina Submersa - Memórias, é um livro muito interessante, cheio de metáforas, e de detalhes que precisam ser desvendados. E mesmo com todas as dificuldades de compreensão, por sermos colocados frente à uma loucura, é uma leitura que vale muito a pena.
                                                                                                           
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Boa onda!!!

3 Comentários:

  1. esse ja foi pro topo da lista, rs
    sem duvida a resenha da Hanna deixa qualquer um curioso...
    não sei muito bem o escrever, mas me atraiu bastante o livro, apesar de ter a leve impressão de que ficarei louca após lê-lo hahaha...
    boa onda pessoal

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  2. alguem que a tenha lido o livro tambem pode me explicar uma parte dele? Não entendi o final dele, o que Eva é de Imp? E o que representa a historia nas ultimas paginas do livro da qual Imp parece se despedir de Eva?

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  3. Linda capa ..preciso urgente para minha coleção !!

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